Endermologia ou Endermoterapia no tratamento do linfedema
Endermoterapia é uma técnica não invasiva utilizada para tratar e reduzir o aparecimento de ondulações na pele.
A endermoterapia foi criada na França em 1970 por Louis Paul Guitay. Ele sofreu um grave acidente de carro que causou queimaduras de longa extensão em seu corpo. Para não passar muito tempo na fisioterapia, resolveu junto com uma equipe criar um aparelho que fosse mais eficiente que as mãos do terapeuta para tratar as aderências e fibroses do seu corpo. Essa técnica é agora utilizada no mundo inteiro com vários propósitos.
Essa terapia originalmente foi projetada e utilizada para tratar queimados, depois celulite e gordura localizada, porém agora vem sendo usada experimentalmente para tratar linfedema e fibroses decorrente do linfedema.
A endermoterapia envolve a utilização de um dispositivo motorizado com rolos ajustáveis e uma sucção controlada que cria uma dobra simétrica da pele. Associado a várias funções como depressomassagem, depressodrenagem, desfibrosagem, a pele delicadamente dobra e se desdobra sob a ação contínua dos rolos, o que permite a mobilização da pele e do tecido subcutâneo. Ao mesmo tempo a sucção empregada redistribui a pele e remove ondulações e aderências.
A aplicação desse aparelho pode ser feita utilizando óleos corporais ou com o uso de malha corporal. O paciente sente uma pressão com sucção exercida pelos rolos e não existem efeitos colaterais maiores. Por vezes algumas regiões podem ficar mais sensíveis devido à manipulação tecidual. Geralmente a terapia endérmica assemelha-se a uma massagem mais vigorosa porém agradável.
Essa técnica favorece a eliminação de toxinas, metabólitos e a retenção de líquidos, aumenta a circulação e drenagem linfática, o que renova e melhora a função celular geral.
Como resultado dessa massagem, células de gordura, aderências e fibroses são quebradas e removidas. Por isso essa técnica vem sendo utilizada também no âmbito da oncologia e não só na estética. Não existem muitos estudos que comprovem a eficácia dessa técnica em pacientes oncológicos. Estudos mais recentes sugerem sua utilização em linfedemas com fibrose em pós-mastectomia.
A experiência clínica do dia-a-dia, mostra bons resultados se associado à tecnicas de manipulação tecidual, drenagem linfática manual e uso de malhas compressivas. A endermoterapia não deve ser utilizada só e unicamente como um método isolado, mas mostra-se mais uma opção se utilizada combinada com outros métodos no combate ao linfedema e a fibrose.
Essa técnica só deve ser aplicada por fisioterapeutas capacitados e treinados para o atendimento do paciente oncológico e de pacientes com distúrbios veno-linfáticos, pois difere da aplicação usada na área estética. Seu uso incorreto e sem indicaçoes podem causar danos ao paciente.
Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi
Doutoranda em Oncologia FAP- Ac Camargo Cancer Center
Especialista em Fisioterapia Onco-funcional pela ABFO-COFFITO
Especialista em Fisioterapia Oncológica e Hospitalar pelo A.C Camargo Cancer Center
Formação Internacional em terapia linfática EUA- Alemanha- Bélgica
Especialização em Saúde Baseada em Evidência pelo Hospital Sírio Libanês
Especialização em Saúde da Mulher pela USP
Especialização em Acupuntura pelo CBES
Especialização em Fisioterapia Respiratória e UTI pelo A.C. Camargo Cancer Center
Diretora do Instituto Oncofisio
Diretora da clínica Fisio Onco www.fisioonco.com.br
Coordenadora adjunta do ambulatório de fisioterapia vascular- UNIFESP
Vice presidente da ABFO- Associação Brasileira de Fisioterapia em Oncologia